Depois de uma noite que não durou demasiado entre danças e risos e copos a mais, sentados no parapeito da varanda do miradouro, ainda meio alegres e a rir de coisas sem sentido, este era o sítio ideal para sossegar.
Estava frio, por isso ela usava por cima do seu vestido curto o camisolão dele, cinzento e quase tão grande como o vestido. O cabelo dela apanhado numa trança já pouco definida. Ele, em t-shirt parecia não sentir o frio da madrugada.
Com o rio ao fundo e toda uma imagem indescritível de Lisboa nada mais parecia importar do que aquele momento. Ali e Agora.
Cruzaram os olhares. Ele pegou-lhe nas mãos e deu-lhe um beijo na testa. Ela sorriu e encostou-se ao ombro dele. E assim ficaram a ver o sol nascer, estranhamente nenhum dos dois o tinha feito antes. O dia começava a nascer. O silêncio de uma cidade agitada ainda permanecia,ao longe ouvem-se os pássaros a despertar.
Mas nunca ninguém os viu realmente.